domingo, 20 de fevereiro de 2011

400 Indios à beira da miséria no Xingu

Neste semestre as roças dos Ikpeng do Pavuru, no Parque Indígena do Xingu (MT), não produziram o suficiente para alimentar sua população de cerca de 400 pessoas, deixando-a em uma situação inesperada de falta de alimentos, especialmente aqueles mais importantes para sua dieta cotidiana: a mandioca brava e o polvilho, equivalentes ao nosso arroz com feijão.

A Associação Indígena Moygu Comunidade Ikpeng (AIMCI) está realizando uma campanha relâmpago para adquirir alimentos. A meta da campanha é arrecadar 4 mil reais até o dia 15 de março para comprar esses produtos e transportá-los até o Pavuru, completando a dieta básica de seus habitantes nos meses de fevereiro, março, abril e maio.

Entre 2009 e 2010, homens e mulheres ikpeng do Pavuru dedicaram boa parte de seu tempo à construção de sua nova aldeia. Esta não é uma tarefa fácil e requer ações articuladas e um intenso trabalho para construir todas as casas e abrir a área que será a praça central.

Dessa vez, os Ikpeng tiveram que se deslocar mais do que o normal para encontrar os materiais para a construção das casas, já que estes estão cada vez mais escassos. Além disso, passaram por dois períodos de luto, que implicaram a paralisação de todas as atividades em decorrência de uma sequência de rituais funerários.

Este contexto de intensas atividades fez com que os Ikpeng não dimensionassem direito o tamanho de suas roças e por isso elas não estão sendo suficientes para alimentar toda a população. As roças deveriam estar produtivas entre novembro e dezembro de 2010 para que a colheita e a estocagem do polvilho fossem feitas e assim garantissem o alimento no tempo das chuvas (novembro a abril). Por isso enfrentam hoje dificuldades para alimentar toda a população.

FONTE: Expressomt.com.br 2/19/2011

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Índios entregam à Presidência abaixo-assinado contra Belo Monte

Cerca de 300 manifestantes fizeram ato em frente ao Congresso. Encontro na UnB discutiu realização de obra da usina hidrelétrica.
            Dez representantes de um grupo formado por cerca de 300 índios e ribeirinhos da região do Rio Xingu, do Pará e Mato Grosso, além de estudantes, ambientalistas e artistas, entregaram à Presidência da República um abaixo-assinado contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
            Segundo os manifestantes, o documento tem cerca de 500 mil assinaturas, e foi entregue ao secretário-executivo da Presidência,  Rogério Sottili, e ao secretário de Articulação Social, Paulo Maldos.
            Ministro-chefe em exercício (Gilberto Carvalho participa do Fórum Social Mundial, no Senegal), Sottili se comprometeu a levar o relato do encontro e o documento à presidente Dilma Rousseff, segundo informe divulgado pela assessoria do ministério.
            Segundo ele, o governo manterá o diálogo com os movimentos sociais. "Quero que vocês vejam o governo como um parceiro. Podemos não chegar a um consenso, mas vamos construir as políticas por meio do diálogo", disse.
            Os manifestantes se reuniram na manhã desta terça (8) em frente ao espelho d’água, no Congresso Nacional, para exigir também que o governo federal avalie uma carta assinada por aproximadamente 30 especialistas de universidades brasileiras, como Federal do Rio, Federal do Pará e Universidade de São Paulo, com argumentos científicos que desaconselham a obra.
            “O barramento do Xingu seria a morte do ecossistema e da agricultura familiar de todo povo tradicional de lá. Assim, além de perdermos nossa cultura, estaríamos levando nossos filhos para serem bandidos e assassinos, já que é isso que a periferia de Altamira representa”, afirmou a ribeirinha e representante do movimento "Xingu vivo para sempre", Ana Alice Plens.
            As pretensões do governo são de investir cerca de R$ 19 bilhões  no empreendimento, que terá dois reservatórios de água de 516 quilômetros quadrados cada um.
            Se construída, Belo Monte terá a primeira unidade geradora entrando em operação comercial a partir de fevereiro de 2015 comuma capacidade instalada de 11,2 mil megawatts, o que a tornaria a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Itaipu (na fronteira entre Brasil e Paraguai) e Três Gargantas (China).
            A questão voltou a ser debatida após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceder, no fim de janeiro, licença que autoriza a instalação dos canteiros de obra, acampamentos de operários e até a implementação de estradas necessárias para dar início às obras.
            Líderes indígenas da etnia Kayapó, que participaram da manisfetação, estiveram nesta segunda-feira (7) em um seminário organizado pela Universidade de Brasília (UnB), que propunha o debate sobre os impactos da hidrelétrica na vida dos moradores da região e aproveitaram a oportunidade para pressionar o governo a cancelar a realização da obra.
            "Nós fomos enganados. Sou contra a usina e vou defender nossas florestas e nosso povo até o fim", disse o líder Kayapó Raoni Metyktire.
            Também líder dos Kayapós, Yabuti Metyktire, enfatizou que não pretende "ceder" e abrir mão do que chamou de "nossa terra". "Eles defendem aquele PAC, mas nem que encham esse auditório de dinheiro vou abrir mão de nossas terras", completou, se referindo ao auditório do Memorial Darcy Ribeiro, na UnB, onde o evento aconteceu.
            O seminário ouviu opiniões de indígenas, representantes de movimentos sociais e especialistas sobre os danos que a usina poderia causar à região e aos seus habitantes caso seja construída e debateu eventuais alternativas para o projeto, como a utilização de energia eólica (produzida através de hélices que giram quando em contato com o vento) e a solar.
Fonte: G1

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Brasil divulga fotos inéditas de tribo ameaçada por madeireiros do Peru

31 de janeiro de 2011
O Governo brasileiro divulgou nesta segunda-feira, por meio da ONG britânica Survival, fotografias inéditas de uma tribo indígena amazônica isolada do mundo externo, cujo habitat está ameaçado pela atividade de madeireiros que invadem a partir do Peru.
Trata-se de uma tribo estabelecida perto da fronteira com o Peru. As autoridades temem conflito com brasileiros pelo território.
Em imagens feitas pelo ar, é possível ver cinco membros da tribo de diferentes idades e em aparente bom estado físico, com cestos cheios de mamão, mandioca e outras frutas.
Como indica a Survival, as imagens foram captadas por uma organização de proteção aos índios brasileira, que autorizou à organização de defesa dos indígenas utilizá-las para promover uma campanha de conscientização.
A ONG explica que a tribo que aparece nas fotos, e que também figurou no programa "Jungles" da "BBC" britânica, está seriamente ameaçada pela ação dos madeireiros ilegais que entram no Brasil pela fronteira peruana.
"Os madeireiros ilegais destruirão esta tribo. É vital que o Governo peruano os detenha antes que seja tarde demais", diz em comunicado o diretor de Survival, Stephen Corry.
"As pessoas nas fotos estão evidentemente bem, e o que precisam de nós é que ajudemos a proteger seu território, para que possam tomar suas próprias decisões sobre o futuro", acrescentou.
Para o responsável pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Marcos Apuriña, ressaltou que "é necessário reafirmar que essas pessoas existem, por isso autorizamos o uso das imagens com esse objetivo".
"Estas pessoas estão tendo negados seus direitos fundamentais mais básicos, inclusive o da vida... Por isso é crucial que os protejamos", acrescentou.
A associação interétnica para o desenvolvimento da selva peruana (Aidesep) condenou a falta de ação das autoridades de seu país.
"Apesar das queixas a partir do Peru e do estrangeiro contra a poda ilegal, nada foi feito a respeito", disse um porta-voz em declarações obtidas pela Survival.
Grupo: Izabela F., Carolina, Mariana e Rafaela
Fonte: Terra

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Maxakalí


A origem do termo "maxakalí" é desconhecida. Não surgiu do próprio povo, que não consegue pronunciá-lo com facilidade. Os índios desta tribo têm outra denominação em sua própria língua para seu povo.
Eram um seminômade e viviam principalmente de atividades de caça e coleta e praticantes de agricultura incipiente . Foram descobertos pelos neobrasileiros e portugueses, que os encontraram como escravos na mineração. Foram aldeados, passaram a ter moradia fixa, em território cada vez mais reduzido, entre o rio Pardo e Doce, maior parte no nordeste de Minas Gerais.
Os ritos estão presentes em toda a vida social dos Maxakalí. A doença é motivo de grande trauma, pois é interpretada como resultado de uma intervenção voluntária ou provocada dos espíritos que capturam as almas das pessoas, fazendo-as ficar doentes.
Compartilham entre si três unidades básicas:
·         Identidade: inclui todas as pessoas que compartilham a língua, mitos, símbolos rituais e história;
·         Grupo doméstico: composto pelos moradores de duas a cinco casas habitadas por famílias extensas;
·         Bando: inclui todos os parentes, englobando vários grupos domésticos.

Projeto Maxakalí

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Xacriabá

Os Xacriabás são um grupo indígena que habita o estado brasileiro de Minas Gerais,falam um dialeto da língua A’uwen,são a mistura de índio com negro, 8.380 índios.
Os Xacriabás estão localizados em São João das Missões, Minas Gerais.Os Xacriabás, no passado, também eram chamados acroás e habitavam a Bahia, onde também foram chamados de coroás, o Piauí, onde foram chamados gamelas, e o estado de Goiás.
No período pré-colonial, os Xacriabás não tinham um território definido e ocupavam várias regiões no vale do Tocantins, Goiás e às margens do rio São Francisco.
A Tribo sofreu repressão e violência e em 1728, Januário Cardoso doa uma faixa de terra aos índios acabando com as missões em São João.
Os Xacriabás teve muitos conflitos com os Brancos como:
o Incêndio do Curral de 1927;
o Investida de não índios sobre território doado;
o No dia 28 de fevereiro de 1932 foi registrado o termo de doação de 1728;
o Em 1950, o território doado passa a ser considerado terra devoluta.
o Em 1989, a área indígena foi homologada e registrada.
No século XVIII, o maior responsável pela morte de índios Xacriabás foi o bandeirante Matias Cardoso de Almeida. Posteriormente, chegaram os missionários que começaram a aldear para poder catequizar e assim ter domínio sobre a tribo. Em 1927 ocorreu um dos mais graves conflitos já registrado na história do grupo dos Xacriabás, o episódio do Incêndio do Curral de Varas.
A caça e a pesca foram atividades importantes para os Xacriabás quando ainda tinham acesso ao rio São Francisco e as matas dos Gerais ocupavam maiores extensões.
Tornaram-se grandes agricultores e criadores de gado e de animais de pequeno porte, mesmo vivendo em uma região dominada pela seca. Cultivam produtos, como o milho, a mandioca, a cana e várias espécies de feijão.Um dos problemas atuais dos Xacriabás é o sistema de abastecimentos de água precária: Poços Artesianos com bombeamento por compressores e com distribuição, em determinada época, racionada.

Pataxó

• ‘‘ Então preste atenção no barulho da água(...)Por que as ondas do mar vêm bater nas pedras e fazem pa-ta e quando voltam fazem xó. ’’
Os Pataxós Vivem em sua maioria na Terra Indígena Barra Velha do Monte Pascoal, ao sul do município de Porto Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios Caraíva e Corumbáu.
O território entre estes dois rios, o mar a leste e o Monte Pascoal a Oeste é reconhecido pelos Pataxó como suas terras tradicionais. Os pataxós são um povo indígena de língua da família maxaka-li, do tronco macro-jê. Considerados pelos europeus como mais primitivos e catequese e conquista mais difíceis. O povo pataxó é discreto, orgulhoso e consciente da sua raça, são verdadeiros guerreiros da atualidade que voltavam às origens e reaprendiam a viver em comunidade.
O contato com o homem branco provocou a perda da terra, dos costumes e até da própria língua da tribo pataxó. Antigamente, os pataxós viviam de forma simples, somente da caça e da pesca.Hoje eles vivem do artesanato,da caça , do cultivo de produtos agrícolas (araruta) e da confecção de colares e pulseiras.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Krenák


Os Krenák ou Borun constituem-se nos últimos Botocudos do Leste, nome pejorativo atribuído pelos portugueses no final do século XVIII aos grupos que usavam botoques auriculares e labiais. São conhecidos também por Aimorés, nominação dada pelos Tupí.
Encontram-se principalmente em Minas Gerais, entre as cidades de Resplendor e Conselheiro Pena, na margem esquerda do Rio Doce. Perderam territórios em conflitos com os portugueses. Em 1920 tiveram um território demarcado pelo governo, que logo foi invadido por fazendeiros.
Os índios Krenak desafiaram todas as iniciativas de pacificação, levando D. João VI a decretar contra eles, uma guerra de extermínio do sec. XIX. Foram também o último grupo a negociar com as autoridades governamentais seu processo de "pacificação" e "civilização", ocorrido logo no início dos trabalhos do recém-inaugurado Serviço de Proteção aos Índios e Localização de Trabalhadores Nacionais, em 1911.
Registravam uma população de cinco mil pessoas no início do século XX, número que se reduziu a 600 na década de 1920 e a 130 indivíduos em 1989. Atualmente, três famílias extensas – compostas por membros de origens étnicas distintas – conformam uma população de aproximadamente 32 famílias, que compreendem cerca de 350 indivíduos (FUNASA, 2010), divididos em três aldeias.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Reservas Indígenas

A definição de áreas de proteção às comunidades indígenas foram lideradas por Orlando Villas Bôas que em 1941 lançou a expedição chamada Roncador-Xingu. Em 1961 foi criada a primeira reserva, o Parque Indígena do Xingu com o objetivo de que a natureza, os povos nativos da região, suas culturas e costumes fossem preservados. O modelo de criação das reservas indígenas mostrou-se como um dos únicos meios para que a cultura, os povos pré-coloniais remanescentes e mesmo a natureza sejam preservados nessas reservas. Em 1967 foi criada a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), que passou a definir políticas de proteção às comunidades indígenas brasileiras.
No Brasil as reservas indígenas demarcadas pela FUNAI pertencem ao governo brasileiro para usufruto vitalício dos índios, não havendo portanto como associá-las a uma perda de soberania.